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terça-feira, 25 de junho de 2013

"BELEZA É TUDO!"

Quanta diferença: antes e depois
Era pequena e gorda, dentes saltados e desencontrados, óculos enormes a completar o esdrúxulo figurino: "botijãozinho". Cresceu assim, escondendo-se - ou assim tentando -, para não expor sua figura, não ser...
notada.
Veio a menarca, com ela mais quilos. Depois, a adolescência, e deu um basta: regimes, academia - que até hoje frequenta - corretor para os dentes, lentes de contato, clareou os cabelos. 
O passado é quase um segredo, transmitido aos filhos, que lhe copiaram os traços: dentes, quilos, altura. Tudo tem conserto. 
Hoje passa, vistosa e lasciva, sabedora de seu poder de sedução. Entre homens e mulheres sabe-se bela e exerce um poder que antes não conhecia. Em seu íntimo, ela que experimentou a vida madrasta, goza.
Sociedade perdida pelo consumismo, não se atém aos valores maiores. O efêmero invólucro vale mais do que o conteúdo, compram-se livros pela capa, para depois descartá-los, por inúteis.
Em um dia, muito frio, trajava vestido que lhe desenhava, mais que revelava, suas hoje perfeitas formas: "Beleza é tudo!"
Pode não ser. E não é. Mas faz uma tremenda diferença. No seu modo de agir, de pensar, de se expressar, ao seu ego. Ouvem-na hoje atentos, enfeitiçados, mulheres e homens.
Os exemplos multiplicam-se e a transformação poderia ser exemplificada por Kelly Key, Claudia Leite e a recente mas não menos renovada funkeira Anitta. Estariam erradas?
Não, absolutamente. São coerentes, todas, com a sociedade em que vivem. Folheando aqui e alhures sabemos que o fenômeno não é recente: os traços do rosto justificaram o reconhecimento da virtude e da delinquência, ainda que não se tivesse manifestado esta, até então.  
Vivemos de e entre estereótipos. Estereótipos que criamos de nós mesmos. Entretanto, não somos um, apenas, mas múltiplos, em um. Como censurar?
O problema não está na busca de um modelo de perfeição e juventude prolongada, mas na não valorização do interior. Muitas belas violas escondem um interior xucro, da profundidade de um prato raso. Um dia - que virá para todas - o encanto passará. O que ficará em seu lugar?

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Um abraço!
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Maria da Gloria Perez Delgado Sanches 

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